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Qual tipo de bomba escolher para meu sistema?

Existem diversos tipos de bombas, sendo que cada uma uma característica de funcionamento e atendem parâmetros – vazão e altura manométrica – de grupos de sistemas hidráulicos. Por exemplo, para bombear a água de um reservatório inferior até o superior, escolhemos uma bomba diferente do que para succionar a água de poços. Por mais que os parâmetros sejam os mesmos, cada bomba terá uma função e rendimento. Veja a seguir as bombas mais utilizadas na construção civil.

Bomba centrífuga monoestágio

Fonte: Catálogo de bombas Schneider.

A bomba centrífuga monoestágio, é uma bomba com característica de alta vazão para o sistema, visto que seus rotores são grandes e proporcionam um deslocamento maior de água a cada rotação completa.

O mono estágio significa que ela só tem um rotor com uma hélice de rotação.

Utiliza-se para sistemas de bombeamento descendente, onde a intenção é aumentar a vazão sem muito acréscimo de pressão. Ideal para combate a incêndio e pressurização descendentes.

Uma outra função deste tipo de bomba é o esgotamento rápido de algum reservatório, devido a sua alta vazão. Pode ser utilizada para drenagem pluvial ou recalque de esgoto, desde que seu rotor seja feito para isso.

A bomba monoestágio também é utilizada em sistemas de recalque de baixas alturas, porém, tem uma variação de pressão pequena na sua curva vazão x pressão.

Bomba centrífuga multiestágios

A bomba centrífuga multiestágios funciona da mesma forma que a monoestágio. A diferença desta bomba, é que ela tem mais rotores e mais hélices.

Fonte: Catálogo Schneider.

O princípio é o mesmo que ligar várias bombas monoestágios em série, logo podemos ter um “range” maior de pressão, alcançando alturas de recalque maiores.

Fonte: SHD Bombas.

Esta bomba é a mais indicada para sistemas de recalque de água ou sistemas de pressurização ascendentes.

Bomba autoaspirante

A bomba autoaspirante funciona como uma bomba centrífuga monoestágio só que com um rotor menor.

Fonte: Catálogo Schneider.

Possui um mini-reservatório de água e assim insere um NPSH muito baixo na rede. Logo, consegue puxar água de profundidades e distâncias maiores, sendo muito utilizada em sistemas de irrigação.

Por ter baixa vazão, esta bomba normalmente é empregada para pressurizar algum ponto de utilização, como mangueira de lavagem de pisos. Outra possibilidade de uso é como bomba Jockey, visto que impede o acionamento da bomba principal de um sistema de prevenção e combate a incêndio, geralmente de alta potência, em caso de vazamentos da rede.

Neste caso, utiliza-se para pressurizar mais rapidamente o tanque de pressão em um sistema de pressurização.

Devido a sua baixa vazão, não produz golpe de aríete no seu funcionamento, e pode por exemplo, suprir a pressão e vazão de uma casa com água quente, sem necessitar um sistema de pressurização complexo.

Bomba injetora

A bomba injetora é centrífuga monoestágio, porém, tem a função de injetar água em um sistema de sucção através do seu dispositivo injetor.

Fonte: Catálogo Schneider.

É utilizada quando o comprimento e a altura de sucção de um sistema de bombeamento é insuficiente.

Esta bomba puxa água de um reservatório e empurra a água que está sendo succionada pela bomba principal, e parte retorna para o reservatório, mantendo o ciclo de operação.

É pouco utilizada na construção civil urbana e muito empregada na sucção de poços.

Bomba circuladora

Esta bomba é centrífuga monoestágio com rotor pequeno, fornecendo baixa pressão e vazão no sistema.

Fonte: Catálogo INOVA aquecedores.

Tem como função apenas recircular água de algum sistema. Amplamente utilizado em sistemas de água quente para reaquecimento de água dentro da tubulação.

Pode funcionar como apoio na pressão durante o uso, porém não é recomendada para este uso, afinal, normalmente só atende as vazões de máximo em um ponto se ligado em simultâneo.

Bomba submersível

Bombas submersíveis são centrífugas monoestágios de rotor aberto, podendo ficar submersas dentro do tanque destinado a reservação do fluído a ser recalcado. Ela tem a vantagem de não ter tubulação de sucção, pois como o rotor é aberto a própria bomba faz o papel de sucção.

Fonte: Catálogo Schneider.

A utilização é para recalque de esgoto, águas servidas, águas pluviais e rebaixamento de lençol freático.

Por se tratar de rotor aberto, onde o fluido entra em contato diretamente com o rotor, deve-se tomar cuidado com o tamanho máximo das partículas dentro do tanque, pois pode afetar no funcionamento da bomba.

A característica desta bomba é alta vazão e baixa pressão, não sendo indicada para instalações de poços ou recalque de água em alturas elevadas, como por exemplo, a drenagem de um poço de águas pluviais em um subsolo muito profundo (cerca de 2 ou 3 andares) em relação ao nível da rua.

Bomba submersa

As bombas submersas são centrífugas, só que multiestágios e podem ficar submersas dentro do tanque destinado a reservação do fluído a ser recalcado. Por ser multiestágios, ou seja, com rotores em série, é utilizada para recalque em alturas maiores.

Fonte: Catálogo Schneider.

O principal uso deste tipo de bomba é o recalque de águas profundas, como em poços.

Bomba para piscinas

As bombas de piscina são bombas especiais, sendo centrífugas monoestágios autoescorvantes e com um pré-filtro instalado na sua entrada. Tem como característica valores altos de vazão, porém baixos em pressão. A principal vantagem é não necessitar de mecanismo de escorva.

Fonte: Catálogo Jacuzzi.

O mecanismo de escorva trata-se de dispositivos auxiliares de instalação.

É interessante utilizar bombas especiais para piscina, pois elas são feitas de materiais compatíveis com a água e com tratamento químico, proporcionando maior durabilidade do sistema.

Além disso, o diâmetro de entrada também é compatível com o sistema.

Sistema de pressurização

É um sistema onde bombas são instaladas em uma configuração chamada SKID. A configuração de bombas vai depender da curva ou do ponto de funcionamento a ser atingido.

Fonte: IBM Bombas.

Normalmente o usuário consegue regular a pressão de saída como fixa através de um tanque de pressão e dispositivos de automação como pressostatos.

Em diversos casos, são previstos inversores de frequência que aceleram ou desaceleram a rotação da bomba, conforme a demanda de água necessária. Este dispositivo é importante para economizar energia, já que uma bomba sem a instalação do inversor de frequência, liga a uma rotação fixa, podendo fornecer uma vazão acima da necessária e desperdiçando energia.

Esta solução, além de nos garantir pressão mínima de projeto, gera uma maior possibilidade de escolha e ponto de funcionamento, visto que para cada valor de rotação, temos uma curva diferente para uma mesma bomba.

Neste caso, o ideal é escolher um ponto de funcionamento no coração da figura da área em que se forma a junção de todas as curvas para cada rotação, conforme figura abaixo.

Fonte: Catálogo Schneider.

O ponto vermelho indica o ponto de funcionamento. Neste caso, fixa-se a pressão em 10 m.c.a. e com isso podemos atender uma faixa de vazão de 0 a 47 m³/h.

Esta solução é ideal para sistemas de pressurização direta de apartamentos ou edifícios, pois além de termos uma pressão de saída garantida e não variável, temos um alcance maior em termos de vazões, atendendo em alguns casos a possibilidade de utilizar mais pontos em simultâneo do que o previsto.

E aí, conseguiu encontrar qual é a melhor bomba para o seu sistema? Caso tenha alguma dúvida, mande uma mensagem nas nossas redes sociais que teremos um prazer de saná-la.

Autor: Engenheiro Civil Allan Souza Mendes.

 

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